sábado, 14 de agosto de 2010

Aos 45 minutos do segundo tempo (ou quando a ficha caiu)

Em outra postagem, já contei que nos apaixonamos quase sem perceber. Contei também que ele se percebeu apaixonado antes de mim e que, no meu caso, o entendimento veio aos 45 minutos do segundo tempo. 
O Celo já ocupava um posto elevadíssimo em minha vida: o de meu melhor amigo. Falávamos sobre tudo (o que deliciosamente acontece até hoje e certamente vai perdurar), sem melindres, sem meias palavras. E não pensem que concordávamos em tudo. Pelo contrário, discordávamos em alguns pontos, alguns até bastante importantes (mas esse é um assunto para outro momento, talvez no futuro), mas nem essas divergências enfraqueciam a amizade. Ao contrário, sempre consideramos as divergências oportunidades valiosas de reflexão, empatia e crescimento.
Nosso contato era diário e freqüente, embora virtual. Apesar de já termos conversado bastante no trabalho, a primeira coisa que eu fazia ao chegar em casa era ligar o computador. Assunto nunca nos faltou e dos mais diversificados. O Celo é muito inteligente e tem um humor deliciosamente ácido, algo que tenho certeza de já ter comentado. E sempre me fazia (e faz) rir muito, gargalhar, o que eu considero muito importante.
Porém, até então, éramos somente bons amigos. As Gês, queridas amigas e colegas de trabalho, algumas vezes tentaram abordar o assunto comigo, dizendo que talvez houvesse algo além da amizade nessa história, mas eu negava, rebatia que elas estavam malucas e que eram preconceituosas: ora, não podia existir amizade sincera entre um homem e uma mulher?! Lembram disso, meninas? E tenho que registrar, para fazer justiça, que G3, nossa querida amiga Patrícia, teve um papel muito importante nessa história toda.
E realmente nossa história nasceu de uma amizade sincera que foi se transformando sem que sequer percebêssemos. Certamente foi isso que nos deu bases tão sólidas, confiança e companheirismo inigualáveis, respeito e uma sintonia inexplicável.
Bom, mas voltemos ao assunto principal da postagem. Então... Lembro-me perfeitamente bem do momento em que "a ficha caiu", como se diz por aí. Apaixonada que sou pelas artes, encarei uma fila gigantesca e comprei ingressos para todos os espetáculos que me interessavam na programação do 16º Porto Alegre Em Cena. Sozinha (algo, aliás, que nunca me incomodou, pois adoro minha própria companhia) fui tratar da minha alma, enriquecendo-a com o bem que considero mais valioso: cultura. E, assim, num sábado à noite, no Teatro Renascença, assistindo à inovadora companhia de dança canadense, chamada Daniel Léveillé Danse, no belíssimo Crépuscule des Océans, onde os bailarinos dançam quase todo o tempo nus, me peguei emocionada com a beleza do espetáculo e tudo o que eu conseguia pensar era o seguinte: como eu queria que o Celo estivesse aqui comigo! E, então, tudo ficou claro, muito claro. Eu estava apaixonada. Dessa constatação, vieram algumas crises existenciais, evidentemente, mas isso fica para outra hora.
O fato é que me percebi apaixonada exatamente em 12 de setembro de 2009. Aos 45 minutos dos segundo tempo mesmo! Desde quando eu estava apaixonada, não saberia dizer exatamente, mas o momento da compreensão foi esse! Não é bacana? Quantas pessoas saberiam dizer precisamente o momento em que se viram apaixonadas, hein?

E para quem quiser ver um pouquinho da bela coreografia executada ao som de Sonatas para Piano, de Beethoven, clique aqui.



3 comentários:

  1. Estou realmente muuito muito feliz por vocês amiga...Hoje finalmente consegui ler todos os post e achei dez.Sei de muita coisa por quais você passou pra chegar até aqui,e por isso sei que és merecedora de toda essa felicidade.Também conhecia o Marcelo e quando soube do relacionamento de vocês, pensei:agora sim a Dani encontrou a sua alma gêmea,sua cara-metade, a metade da laranja, etc.Sempre torci para um final feliz desta "novela",que era sua vida sentimental, a qual acompanhei vários capítulos de perto...kkkk Adoro!!!! Beijão!!!Só não vou desejar mais felicidade, pois vocês já estão com tanta que vai faltar para os outros....

    ResponderExcluir
  2. Marcinha!!! Obrigada, querida! Beijos!

    ResponderExcluir
  3. E aí, criatura fugida? Quando é que vai dar as caras por aqui? Vai renegar a origem gaudéria? Agora é só praia, é?

    Beijão!

    ResponderExcluir